Inspiração...

Minha doce inspiração; tenho andado ausente de ti e de mim. Neste corrupio diário, a fadiga começou a tomar o meu corpo, novamente. Ao meu redor rostos cansados, sem objectivos, sem sonhos povoam as minhas horas. Ás vezes pergunto se merece a pena eu lutar também; ou deixar-me ir na corrente. Para muitos parece que a vida já acabou; quando as suas tenras idades indicam o oposto. Conviver dia a dia num ambiente assim; sem conseguir-lhes, por vezes, arrancar um leve sorriso sequer, é tão desmotivante.


No entanto, estou atenta igualmente, aos outros que me rodeiam; aqueles que chegam e partem. Alguns talvez nunca mais veja; outros irão regressar; e outros, já são de certa forma, familiares. Com as suas presenças; ruidosas, ou calmas; sorrisos soltos, ou atados; esperançados ou embrutecidos; gentis ou indelicados. Entre tantos busco-te a ti. Procuro-te sem te procurar. Porque hei-de um dia te encontrar. Agarro-me á esperança que um dia destes irás aparecer no meu horizonte. Irás salvar-me, encher de calor, de vida, novamente o meu coração e; pintares um sorriso de felicidade no meu rosto.


Entretanto, minha doce inspiração...


...Neste mundo onde uns são mais do que os outros. Eu ando á tona da água; agarrada á minha jangada, mantendo um equilibrio precário, para não me deixar afogar. Afinal sou descendente desses que cruzaram os sete mares. Desses que tormentas mil, perigos sem fim; abraçaram o desconhecido.
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Foto: Inspiration - Autor: Alexandre Costa - Fonte: Olhares.Com