quinta-feira, janeiro 18, 2007

  • Angell
  • A uma mulher amada

    A uma mulher amada

    Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!
    Quem goza o prazer de te escutar,
    quem vê, às vezes, teu doce sorriso.
    Nem os deuses felizes o podem igualar.

    Sinto um fogo sutil correr de veia em veia
    por minha carne, ó suave bem querida,
    e no transporte doce que a minha alma enleia
    eu sinto asperamente a voz emudecida.

    Uma nuvem confusa me enevoa o olhar.
    Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;
    E pálida e perdida e febril e sem ar,
    um frêmito me abala... eu quase morro... eu tremo.

    Safo
    Trad. Décio Pignatari
    Do livro: 31 Poetas, 214 Poemas. Companhia das Letras, 1996, SP Extraído do site de S. Carticha Ellis. http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=18&rv=Literatura Safo: Lesbos/Grécia, 612 aC. (ou 575 aC - 490 aC, aproximadamente).