A uma mulher amada
A uma mulher amada
Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!
Quem goza o prazer de te escutar,
quem vê, às vezes, teu doce sorriso.
Nem os deuses felizes o podem igualar.
Sinto um fogo sutil correr de veia em veia
por minha carne, ó suave bem querida,
e no transporte doce que a minha alma enleia
eu sinto asperamente a voz emudecida.
Uma nuvem confusa me enevoa o olhar.
Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;
E pálida e perdida e febril e sem ar,
um frêmito me abala... eu quase morro... eu tremo.
Safo
Trad. Décio Pignatari
Do livro: 31 Poetas, 214 Poemas. Companhia das Letras, 1996, SP Extraído do site de S. Carticha Ellis. http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=18&rv=Literatura Safo: Lesbos/Grécia, 612 aC. (ou 575 aC - 490 aC, aproximadamente).
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