segunda-feira, junho 13, 2011

  • Angell
  • Ausência


    A luz ténue banhava o local. As sombras abraçavam em redor e uma aragem fez abruptamente mover-se a folhagem. Era verão e o Sol enfraquecia e as sombras alongavam-se para a noite que deveria ser quente... mas não. Sentia frio, mas um que a consumia por dentro, tremia, sentia-se febril.
    Os lençois amarfanhados por entre os dedos despertaram-lhe para o que era real. Transpirava de tal forma que a roupa moldava-se ao seu corpo. Olhou de soslaio ainda a clarear a mente e a almofada estava vazia, sem a mínima presença de um outro alguém. Nem o traço de um perfume, nem um cabelo solto.
    Sentia frio, afinal era real. Puxou novamente o lençol para si. Aos poucos o calor foi voltando e a lucidez também.
    O telemóvel tocou e uma voz feminina com ares musicais e joviais, afirmou:
    - Olá amor! Estava com saudades tuas! De ouvir a tua voz para acalmares a minha ausência de ti. Já falta pouco para eu regressar para os teus braços.
    Demorou a responder ao que obteve a seguinte pergunta:
    - Estás bem? Fala comigo, amor!
    - Sim, estou e tu?
    - Agora bem melhor ao ouvir-te! Diz-me coisas.
    - Olha, acabei de ter um pesadelo. Sonhei que estava sozinha, sem amor, sem ti e sentia-me a morrer por dentro. Achas normal? Fartei-me de transpirar e até fiquei febril.
    - Que horror paixão! Foi apenas um sonho mau. Logo, logo estarei ai contigo. Já não terei que fazer mais estas viagens longas e nunca mais sentirás a minha... ausência.
    ____________
    P.S: Não sei se isto saiu muito bem, mas ultimamente as palavras saem-me assim. Acreditar? Claro que sim é o meu lema, não é? O amor a minha saga por conquistar! Eu não desisto, claro que não! : ))
    ________
    Foto: Ausência - Retirada da net. Devidos créditos ao seu autor.